The Dead Child of Nyanga" Ingrid Jonker (19/09/1933 - 19/07/1965)
"A criança morta de Nyanga" Ingrid Jonker (19/09/1933 - 19/07/1965)
The child who was shot dead by soldiers in Nyanga
The child is not dead
the child raises his fists against his mother
who screams Africa screams the smell
of freedom and heather
in the locations of the heart under siege
The child raises his fists against his father
in the march of the generations
who scream Africa scream the smell
of justice and blood
in the streets of his armed pride
The child is not dead
neither at Langa nor at Nyanga
nor at Orlando nor at Sharpeville
nor at the police station in Philippi
where he lies with a bullet in his head
The child is the shadow of the soldiers
on guard with guns saracens and batons
the child is present at all meetings and legislations
the child peeps through the windows of houses and into the hearts of mothers
the child who just wanted to play in the sun at Nyanga is everywhere
the child who became a man treks through all of Africa
the child who became a giant travels through the whole world
Without a pass
the child raises his fists against his mother
who screams Africa screams the smell
of freedom and heather
in the locations of the heart under siege
The child raises his fists against his father
in the march of the generations
who scream Africa scream the smell
of justice and blood
in the streets of his armed pride
The child is not dead
neither at Langa nor at Nyanga
nor at Orlando nor at Sharpeville
nor at the police station in Philippi
where he lies with a bullet in his head
The child is the shadow of the soldiers
on guard with guns saracens and batons
the child is present at all meetings and legislations
the child peeps through the windows of houses and into the hearts of mothers
the child who just wanted to play in the sun at Nyanga is everywhere
the child who became a man treks through all of Africa
the child who became a giant travels through the whole world
Without a pass
"A criança morta de Nyanga" Ingrid Jonker (19/09/1933 - 19/07/1965)
A criança não está morta
A criança levanta os punhos contra sua mãe
Que grita "Afrika!" grita o fôlego
Da liberdade e da estepe
Nos distritos do coração isolado
A criança levanta seus punhos contra seu pai
na marcha das gerações
que grita "Afrika!" grita o fôlego
de justiça e de sangue
nas ruas de seu orgulho em guerra
A criança não está morta, não em Langa nem em Nyanga
não em Orlando nem em Sharpeville
nem na delegacia de polícia em Philippi
onde ela jaz com uma bala através de seu cérebro
A criança é a sombra escura dos soldados
de guarda com sarracenos fuzis e cassetetes
a criança está presente em todas as assembleias e legislaçõesa criança espia através das janelas das casas e nos corações das mães
esta criança que apenas queria brincar ao sol em Nyanga está em toda parte
a criança tornou-se um homem que caminha através de toda a África
A criança cresceu [tornando-se] um gigante que viaja por todo o mundo
Sem um salvo conduto.
Traduzido e editado de forma interlinear por Davi Paulo Domingues, curso de Letras, FFLCH – 06/10/2011
Ingrid Jonker, poeta sul africana, cuja vida foi retratada no filme "Borboletas Negras".
A tradução acima foi publicada no jornal do Cineclube "Cinema Paradiso 299".
Como ainda não pedi autorização ao Davi a à Cláudia, espero que não se ofendam de ter postado a tradução em meu blog. Eu o fiz porque acho importante que outras pessoas tenham acesso a esse belo poema em português.
Excelente segunda-feira a todos,
Marcos.
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