sábado, 17 de setembro de 2011

POR QUE CARACOL(ÓIS): LEITURAS, DESLEITURAS, RELEITURAS...?

PRÓLOGO...
Ao término de um relacionamento de cinco anos e meio  (em agosto de 2011) e de um período de terapia (realizado ao longo do ano de 2009), sinto necessidade de expressar-me. Todavia, não quero/desejo apenas dizer o que penso. Quero/desejo que este blog seja um espaço de interlocução -  mesmo que isto se dê de forma ilusória, dado que, a meu ver, não temos tanto controle acerca das situações quanto desejaríamos...
Inicio o blog explicando o origem e os porquês do título: "Caracol(óis): leituras, desleituras, releituras..." Inspiro-me, diretamente, na revista do Programa de Pós-Graduação  em Língua e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana da FFLCH-USP, curso que me atravessa/atravessou como sujeito, homem, ser humano...

Adriana Kanzepolky, na apresentação da revista/do projeto "Caracol", afirma que:
"Entre todos los nombres que barajamos durante varias semanas Caracol se impuso por la resonancia inmediata del poema de Rubén Darío, un caracol que si en los primeros versos, tocado por las manos de Europa, es de oro y 'recamado de las perlas más finas', en el paréntesis del verso final, el paréntesis del silencio que presupone la escucha, se nos dice que '(El caracol la forma tiene de un corazón)'. Es, entonces, en el espacio del eco, no en el de un supuesto lugar de origen, ni en un punto de destino, sino en ese espacio del tránsito del sonido y de las ideas que van y vuelven donde queremos situar esta revista" (grifos nossos).
Como a revista anela situar-se em um espaço de "trânsito" de sons e ideias (especialmente por refletir sobre línguas tão próximas e distantes como o espanhol e o português/o português e  o espanhol), também gostaria que meu blog tivesse esse ir e vir/vir e ir. Além do mais, gosto da ideia de a imagem do caracol não possuir um lugar de origem nem de chegada, ou melhor, não gosto, nem defendo maniqueísmos, visões reducionistas e generalizações - apesar de muitas vezes cair nessas armadilhas discursivas (rs...). Se analisarem meu texto encontrarão vários desses recursos. Que merda!!! (rs...)  E o que me fascina, realmente, é o fato de um caracol assemelhar-se a um coração...

Regatemos, portanto, o poema de Rubén Darío, a fim de tentar explicar-me um pouco mais:
Caracol – Rubén Darío (poeta nicaraguense, 1867-1916)
En la playa he encontrado un caracol de oro
macizo y recamado de las perlas más finas;
Europa le ha tocado con sus manos divinas
cuando cruzó las ondas sobre el celeste toro.

He llevado a mis labios el caracol sonoro
y he suscitado el eco de las dianas marinas,
le acerqué a mis oídos y las azules minas
me han contado en voz baja su secreto tesoro.

Así la sal me llega de los vientos amargos
que en sus hinchadas velas sintió la nave Argos
cuando amaron los astros el sueño de Jasón;

y oigo un rumor de olas y un incógnito acento
y un profundo oleaje y un misterioso viento...
(El caracol la forma tiene de un corazón.)
Escrito tudo isto, explicarei porque optei pelo significante "Caracol(óis)" - no singular/no plural".  A meu ver, essa forma "híbrida" cria o efeito de visões não reducionistas, por apontar para várias sendas (quanta ilusão a minha!!!). Portanto, desejo - mesmo ilusoriamente - transitar pelos espaços das pluralidades, das bordas, das margens... (Fui e sou um pouco marginalizado! Incompreendido... Sou um pouco "gauche", como nosso genial Drummond; mas não sou, nem ouso, nem poderei ser como Drummond porque como ele, somente ele... apesar de adorá-lo como escrior, não seria necessário endeuzá-lo tanto...). Leituras, Desleituras, Releituras, Inleituras, Transleituras, Aleituras, Superleituras, Subleituras, Entreleituras... surgem pelo fato de em meu blog desejar discutir/debater temas relacionados a Arte, Cinema e Literatura... de forma ampla, geral e genérica. Em outras palavras: será um espaço de interlocução onde levanterei (levantaremos) "hipóteses interpretativas" - ou não!, às vezes apenas postarei (postaremos) textos dos quais eu gosto - acerca dos mais diversos TEXTOS lidos, deslidos, relidos, inlidos, translidos, alidos, superlidos, sublidos, entrelidos...
Bom... dadas as devidas explicações, postarei um primeiro texto que talvez reflita um pouco o que desejo que seja esse blog.
Marcos Peter Pinheiro Eça em 17 de setembro de 2011.       

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