terça-feira, 5 de março de 2013

PHILIPPE DUBOIS NA ECA EM 11/03/2013


“Passagens entre Cinema e Arte contemporânea: em direção a um cinema de exposição?”

O evento ocorrerá no dia 11 de março às 14h no Auditório Paulo Emílio, Prédio Central da ECA, 2º andar.

Haverá tradução simultânea e transmissão via IPTV/USP.

Seguem abaixo maiores informações sobre a atividade.

Contando com a presença de todos,

Eduardo Morettin.

“Passagens entre cinema e arte contemporânea: em direção a um cinema de exposição?"

Após cerca de vinte anos, com uma intensidade que não para de crescer, o cinema e a arte contemporânea manifestaram, um em relação ao outro, formas de aproximações mútuas que revelam relações múltiplas e variadas. A mais óbvia dessas formas de aproximação é sem dúvida a utilização reiterada, e cada vez mais frequente nos espaços expositivos, de obras ou imagens cinematográficas, convocadas por intermédio de instalações, projeções, dispositivos diversos. Essa presença bastante visível de um “efeito cinema” na arte contemporânea opera, ora literalmente, pela “exposição” (mais ou menos transformada) de filmes, ou pela reciclagem de fragmentos de arquivos fílmicos, ou pela reconstituição de filmes de referência (como falamos da reconstituição de um crime); ora sendo menos um caso de migração de imagens que de dispositivos (trabalho sobre as formas da sala, da tela, da projeção, da postura espectatorial etc.); ora, ainda, mais indiretamente e mesmo por vezes de modo francamente metafórico, formal ou conceitual. Por outro lado, constatamos também, simetricamente, que no seio da indústria e da instituição cinematográficas vários cineastas manifestam, a partir de agora, uma consciência crescente das questões ligadas à cena artística (pensando o filme como museu, por exemplo, ou opondo um valor de exibição no cinema a um valor de projeção outra), ou abrem seu trabalho de cineasta seja a experiências de figuração e estruturação “plásticas”, seja a apresentações visuais novas (sob forma de instalações ou performances), isso quando não se transformam eles mesmos em “curadores” de exposições. Enfim, no plano histórico, é importante não esquecer que o dito “cinema experimental” (expanded cinema ou found footage films) e a videoarte (da videoescultura à videoinstalação) vêm atuando, há muito tempo, como mediadores essenciais, encontrando-se plenamente na intersecção dos meios da arte e do cinema.

Philippe Dubois (nascido em 1952) é professor no Departamento de Cinema e Audiovisual da Universidade de Paris 3 - Sorbonne Nouvelle, onde é titular da cadeira de “Teoria das formas visuais”. Após seis anos atuando como vice-reitor de Relações Internacionais, em setembro de 2012 torna-se pesquisador do Instituto Universitário da França (IUF), no qual desenvolve pelos próximos cinco anos uma pesquisa sobre o “Pós-cinema”. Publicou mais de uma centena de artigos sobre fotografia, cinema e vídeo, e uma quinzena de livros, dentre os quais: O ato fotográfico (Papirus, 1993, traduzido para várias línguas desde 1983), Cinema, vídeo, Godard (Cosac Naify, 2004), além do mais recente, La question vidéo. Entre cinéma et art contemporain (Yellow Now, 2012). Foi crítico e redator da Revue Belge du Cinéma, além de colaborar com a Cinemateca Real da Bélgica, criando com ela o programa europeu Archimédia. É coeditor de várias coleções (“Arts et cinéma”, na DeBoeck, “Cinéthésis”, na Forum) e revistas (Cinéma & Cie.). Especializou-se, sempre com uma abordagem pluridisciplinar, em: teoria das formas visuais, estética das imagens, arte contemporânea, metodologia de análise fílmica. Seu círculo de interesses reúne: Godard, Marker, Fritz Lang, Albert Lewin, Un chien andalou, o cinema silencioso, o experimental e, claro, o conjunto das relações entre o cinema e a arte contemporânea.


Abraço cinéfilo a todos,
Marcos Êçá.

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