domingo, 25 de agosto de 2013

TESE SOBRE UM HOMICÍDIO

Algumas anotações:

Tese sobre um homicídio de Hernán Goldfrid

1. Adorei o filme. Excelente cinema argentino. Isabela Boscov acha que é um cinema argentino americanizado. Eu não achei. E se for, qual o problema?

2. Logo no início percebi que estava começando pelo final, aquela cena de desordem, meio caótica me remeteu à explicação de tudo aquilo.

3. Professor (ROBERTO BERMUDEZ) de direito rigoroso, com horários, com suas aulas: aluno (GONZALO) que chega atrasado que é filho de um conhecido seu.

4. Conversa entre os dois sobre a justiça: borboleta. “Gonzalo apresenta logo de cara sua ousada tese: a sociedade só investiga os crimes na medida em que eles sejam nocivos ao poder. E conclui: quantas borboletas são mortas todos os dias sem que ninguém se importe com isso?” Inácio Araújo

5. A partir do assassinato de Valéria parece que um quebra-cabeça começa a ser montado na mente do professor: há como uma espécie de ideia fixa pra ele, ou seja, ele quer porque quer provar que seu aluno é o assassino da moça. Lembrei-me de “Dom Casmurro” que começa a ver e procurar indícios da traição de Capitu.

6. Porém, não vejo provas disso, vejo apenas o ACASO.

7. Dúvidas: a moeda (cara ou coroa) e a monografia do rapaz (o que será que ele havia escrito, fiquei curioso, RS).

8. Para mim é um filme que aborda a questão de pontos de vista, de ideias fixas, de “obsessões”. Às vezes ficamos tão cegos com algo que não vemos outras possibilidades, outras perspectivas em relação ao que está a nosso redor.
“... o verdadeiro objetivo de Gonzalo é lançar um desafio ao professor: será ele capaz de investigar esse crime? Será capaz de passar da teoria à prática com a desenvoltura (e a vaidade) com que apregoa seu saber jurídico?
Eis o que de fato está em questão: o desafio do discípulo ao mestre. Não estamos longe, como se pode ver, de Hitchcock em "Festim Diabólico": em ambos os casos, o assassinato é uma questão de disputa intelectual.” Inácio Araújo.


Abraço cinéfilo a todos,
Marcos Eça.


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